O Carnaval de Fortaleza ganhou, neste ano, mais um atrativo com a realização dos "Tambores Ancestrais na Noite Escura", um encontro de maracatus e afoxés que encheu a praça principal do Benfica de ritmo e religiosidade
FOTO: KIKO SILVA
Seis grupos de maracatus e dois afoxés realizaram, na segunda passada, na Praça João Gentil, no Benfica, o evento "Tambores Ancestrais na Noite Escura". Repleto de muito ritmo e religiosidade, o acontecimento contou com um ritual de bênção dos tambores, realizado pelo babalorixá Ogum Lodê
Como forma de diversificar e qualificar ainda mais a programação carnavalesca da cidade de Fortaleza a Associação Cultural Solidariedade e Arte (Solar) promoveu pela primeira vez, no Ceará, na segunda-feira passada, na Praça João Gentil, no Benfica, o evento "Tambores Ancestrais na Noite Escura". O ritual, guardando as devidas características específicas das agremiações cearenses e pernambucanas, é semelhante ao "Noite dos tambores silenciosos", que também acontece no período momino, em Recife.
Composto de música e ritualidade, o "Tambores Ancestrais na Noite Escura" contou com a participação de seis grupos de Maracatus (Solar, Nação Fortaleza, Az de Ouro, Nação Iracema, Vozes d´África e Nação Baobab), 2 Afoxés (Acabaca e Ogum Odoyá) e do Babalorixá Ogum Lodê, além dos cantores Calé Alencar e Pingo de Fortaleza, este último o principal idealizador do evento.
Os integrantes das agremiações começaram a se confraternizar a partir das 22 horas e nem mesmo uma chuva intensa e rápida que caiu, desanimou os brincantes. Pelo contrário, veio refrescar o ambiente e estimulou ainda mais a performance dos homens, mulheres e crianças que participavam do ritual.
De acordo com Pingo de Fortaleza "o encontro de todos esses grupos que trabalham com elementos vinculados à ancestralidade, africanidade e percussão é uma ação de afirmação dessas práticas na cidade de Fortaleza e de fortalecimento desse universo em nível local".
Ancestralidade O encontro foi marcado pelas apresentações individuais dos grupos de maracatus e afoxés, e, à meia-noite, foi celebrado um ritual de bênção dos tambores, realizado pelo babalorixá Ogum Lodê, quando foi evocada a ancestralidade dos instrumentos. No encerramento, aconteceu uma apresentação coletiva de todos os brincantes dos grupos participantes do evento.
"Tambores Ancestrais na Noite Escura" teve a produção executiva de Arnóbio Santiago e seu projeto foi contemplado no V Edital Prêmio Carnaval do Ceará 2011 da Secretaria da Cultura do Estado (Secult), categoria Programação Carnavalesca. Pela importância do evento para o fortalecimento da cultura cearense, Pingo de Fortaleza acredita que reunir maracatus, afoxés e o público em geral em torno da ideia da programação é uma forma justificável de aprofundar e diversificar a programação do Carnaval de Fortaleza e do Ceará. "Com sua formatação e estética única é mais uma afirmação da presença das culturas de matriz afro e indígena nas práticas cotidianas do povo cearense", explicou.
Pingo de Fortaleza acrescentou que, "a realização do evento agrega um conjunto de valores históricos, ritualísticos e culturais ao Carnaval de Rua de Fortaleza, que tem hoje nos maracatus (16 grupos institucionalizados) sua maior força representativa e estética, como também nos afoxés, a importante presença simbólica dos elementos de religiosidade africana e de reverência aos seus ancestrais e aos índios, enquanto primeiros habitantes do Brasil".
NELSON AUGUSTO REPÓRTER
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Foi lindo!!! O encontro, a música, a dança, a mística! Os tambores batendo no ritmo dos corações... Parabéns!
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